Introdução

O batuque (batuku ou batuk em crioulo cabo-verdiano) é um género musical e de dança de Cabo Verde.

Antigamente, o batuque revestia-se de um significado social. Era desempenhado em dias santos, em certas ocasiões cerimoniais, em festas, antes e durante os casamentos. Há estudiosos que especulam que os movimentos de dança do batuque evocam o acto sexual, e o objectivo seria promover a fertilidade da noiva.

Hoje em dia o batuque perdeu o seu significado original. Foi transformado num espectáculo de palco3 , e é desempenhado em actos oficiais, em festas ou é utilizado por certos grupos para dar um exemplo do folclore de Cabo Verde.

História

O batuque é provavelmente o género musical mais antigo de Cabo Verde, mas só há registos escritos acerca do batuque a partir do século XIX. Presentemente só se encontra na ilha de Santiago, e é no Tarrafal onde se vive com mais intensidade este género musical. Todavia, há indícios que já existiu em todas as ilhas de Cabo Verde.

Segundo Carlos Gonçalves3 , o batuque não seria um género musical transposto do continente africano. Seria a adaptação de alguma dança africana (qual?) que depois teria desenvolvido características próprias em Cabo Verde.

O batuque sempre foi hostilizado pela administração portuguesa, por ser considerado «africano», e pela Igreja, mas foi durante a política do Estado Novo que essa perseguição foi mais forte. O batuque chegou a ser proibido nos centros urbanos, e chegou a estar moribundo a partir dos anos 50. Depois da independência houve um interesse em fazer ressurgir certos géneros musicais. Mas é nos anos 90 que o batuque teve um verdadeiro renascimento, com jovens compositores (Orlando Pantera, Tcheka, Vadú, etc.) fazendo trabalhos de pesquisa e conferindo uma nova forma ao batuque, sendo interpretado por também jovens cantores (Lura, Mayra Andrade, Nancy Vieira, etc.).